quinta-feira, 7 de maio de 2009

Capitulo 4

Ao desembarcar não fui logo a casa. Não levava mala. Como não havia me acomodado em lugar algum, não seria cômodo carregar muita bagagem. Aprendi a viver com pouco. O mínimo que me sustentava era também suficiente para me contentar.
Não fui logo a casa pois o ar que eu respirava, ao encher meus pulmões parecia que também me purificava. Descobri como o ar de cada cidade é particular. E descobri como o ar de Teresópolis me fazia bem. Não que fosse totalmente livre de impurezas ou de poluições. Apenas... me fazia bem.
A propósito, um último comentário antes do início efetivo de minha história:
Pensando bem, este merece um capítulo à parte. Que venha então.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Capítulo 3

Trancara a porta. Ainda não acreditara que sairía daquele lugar. A ideia de viajar e procurar uma nova vida me confortara inteiramente. Sempre havia feito tudo de modo a preservar meu futuro e garantir minha felicidade nos anos seguites. Largar tudo. Ser impulsivo era algo muito novo para mim. E eu me sentia bem.
Afinal, o que mais me prendia àquele lugar? Minha vida havia se tornado rotineira e a rotina me fazia mal. Via meus amigos crescendo e mudando e eu crescia e continuava todo igual.
Trancara a porta e tomara o primeiro ônibus: Rio de Janeiro.
Durante as primeiras semanas visitei cada ruela, cada avenida; cada praia e cada parque da capital. Vagava horas e horas apenas apreciando os prédios, as árvores, queria conhecer todos os cantos da cidade, queria, na verdade, conhecer todos os cantos do estado, do país. Viajar sempre fora minha paixão, encontrar lugares novos, gente nova, estradas diferentes, rostos diferentes; cada nova paisagem se alojava em mim e me trazia fascínio. Talvez por isso esta súbita vontade de sumir, de viajar para qualquer outro lugar.
Às vezes preciso mudar totalmente minha rotina, mudar meus dias e meus convívios, para no final acabar no mesmo lugar e com as mesmas pessoas. Não importa. Só sei que os anos que passei longe me trouxeram experiências e memórias incríveis. Ainda assim a partir do dia em que voltei para casa me sentia como um concriz de volta aos céus, após um longo tempo em cativeiro.

Capítulo 2

Era uma tarde de outono. Parecia na verdade que o inverno havia chegado mais cedo. Não fossem pelas árvores que largavam suas folhas às ruas e pela data, pensaria ser um dia da estação do frio. 21 de Abril. Não me esqueço da data pois que esta marcou meu retorno a casa. E que esta marcou o início de uma nova fase em minha vida. 21 de Abril. Era mesmo outono.
Enquanto a cidade passava ligeira pelo vidro do ônibus, enquanto eu via cada loja, cada casa e cada rua que me era tão familiar, estranhava o sentimento que me tomava. Há não muito tempo tudo o que eu mais queria era sair daqui. Saí.
Anos fora me mostraram que aquela velha cidade do interior era na verdade a minha casa. Após vagar pelas mais diversas regiões, de campos de gramas pretas às cidades de natureza morta, vi que nossos corações ficam mesmo sempre em casa, não importa aonde os corpos vão. E vi que nossa casa é mesmo onde nossos corações ficam.
Ao menos essa ordeira cidade mantinha um agradável equilíbrio entre urbanismo e natureza. Ao menos ali eu poderia me esconder da sociedade sem realmente me isolar do mundo. Ao menos ali eu tinha paz.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Capítulo 1:

O fogo ardia. Trazia, com cada tora derrubada, uma lembrança. Aquela choupana vindo abaixo me fazia lembrar de tantos momentos do último ano; e por um instante, e um instante apenas, me perguntei como fomos terminar assim. Me arrependi de não ter lutado, de não ter tentado de novo. Mas assim como o brilho eterno não deixa de nascer pela manhã, toda história tem um início. E se as montanhas ao longe podem esconder este esplendor, por que não seria o tempo capaz de esgotar um sentimento?
Todo dia tem um início. Mas toda história tende a um fim.

domingo, 12 de abril de 2009

Que voltem os velhos hábitos!

PreInício:
Não sei nem mesmo se isso algum dia vai ser divulgado, se alguém mais vai ler, se existe mesmo algum propósito em estar escrevendo aqui.
Quando eu era menor passava horas enterrado nos meus cadernos e no computador criando mundos paralelos e histórias alternativas. Algumas vezes eu recorria à minha vida e meu cotidiano, as pessoas que convivia, as paixões de criança, as situações vividas... Outras, simplesmente, criava. Sempre fui um amante dos livros, mas parece que às vezes quando vamos crescendo acabamos por deixar antigos e bons vícios de lado... e entramos em novos... péssimos... hábitos inúteis que tomam cada segundo do seu tempo sem te trazer absolutamente.. nada. De uns meses... talvez um ano pra cá tenho me cansado dessas horas perdidas em meio a futilidades... Resgatei um bom e velho hábito meu: A leitura. Venho aqui agora tentar resgatar outro: A escrita. Descarregar os pensamentos em algum lugar, quando a cabeça está cheia demais. Veremos no que dá... Penso em escrever um livro, mesmo que nunca seja publicado. Escrever faz bem. Aqui eu tento dar início.
Que voltem os velhos hábitos!